Patrono 2019 - Gujo Teixeira

Patrono 2019 - Gujo Teixeira
Feira do Livro de Caçapava do Sul

quinta-feira, 7 de abril de 2016

João Simões Lopes Neto - obras

A 26º Feira do Livro de Caçapava do Sul acontece de 22 de abril a 1º de maio, no Salão Paroquial. É dedicada à Simões Lopes Neto por ocasião do Biênio Simoniano (2015:150 anos do nascimento de João Simões Lopes Neto e 2016: 100 anos de sua morte). Conheça um pouco sobre sua obras.

Lançadas em vida:

1910 - Cancioneiro Guasca
1912 - Contos Gauchescos
1913 - Lendas do Sul

Lançadas Postumamente:

1952 - Casos do Romualdo
1955 - Terra Gaúcha - História elementar do Rio Grande do Sul
2013 - Terra Gaúcha - História de Infância
2013 - Artinha de Leitura

Contos Gauchescos

Os contos de Simões Lopes Neto foram, em sua maioria, publicados, inicialmente, no jornal “Diário Popular”, de Pelotas, nos anos de 1911 e  1912. A única exceção seria a do conto “Contrabandista” que apareceu no nº 9 da Revista da Academia de Letras do Rio Grande do Sul  (1911/1912), com divergências em relação ao texto que logo depois constaria  em livro. Em setembro de 1912, graças à louvável iniciativa de Guilherme Echenique, proprietário da Livraria Universal e amigo do escritor, os contos foram reunidos em livro, trazendo a chancela daquela casa editorial pelotense. Relativamente ao conto “O menininho do presépio”, que foi estampado em livro a partir da edição crítica de “Contos Gauchescos e Lendas do Sul”, de 1949, foi, em primeira mão, publicado no jornal “A Opinião Pública”, também de Pelotas, no final do ano de 1913. Suspeita Carlos Reverbel, seu descobridor, que o mesmo seria o único de uma idealizada segunda série de contos gauchescos que nunca foi concretizada. Com “O menininho do presépio”, no total, são dezenove os contos gauchescos do escritor pelotense, considerando-se também os “Artigos de fé do gaúcho” que mais assemelham-se, em prosa, a “Los consejos del Viejo Viscacha” do Martín Fierro, impregnados que estão da melhor sabedoria crioula. Alguns dos contos de Simões, além de terem merecido versão em outros idiomas e de constituírem leitura obrigatória em exames de ingresso para diversas universidades, tornaram-se presença indispensável nas mais respeitadas antologias do gênero. 

Trezentas onças, O negro Bonifácio, No Manantial, Contrabandista, O boi velho 

São contos já consagrados pela habitual transcrição e pelo elogio dos estudiosos. O prestígio popular e o reconhecimento dos críticos não lhe foram outorgados graciosamente ou por acaso. Retratista exímio do ambiente gaúcho e da atmosfera campeira, também manifestou rara habilidade no  desdobramento das tramas psicológicas que envolveram suas histórias e personagens. Nada, entretanto, foi mais decisivo para sua notoriedade do que a requintada elaboração literária (o estilo) e a fiel reprodução do autêntico e despojado falar do habitante dos nossos campos (a linguagem). Tais ferramentas, cujo domínio exerceu de maneira inconfundível e incomparável, notadamente nos contos gauchescos, colocaram João Simões Lopes Neto entre os maiores escritores brasileiros e deram caráter universal ao seu regionalismo literário. (Texto de Fausto José Leitão Domingues).

Lendas do Sul

Em relação às Lendas do Sul, Simões Lopes Neto também contou, para sua divulgação inicial, com a imprensa pelotense. A lenda do Negrinho do Pastoreio, segundo consta, foi a primeira a ser publicada. Dada ao conhecimento público na edição de 26 de dezembro de 1906 do Correio Mercantil, jornal então pertencente a Augusto Simões Lopes, tio do escritor, trazia dedicatória para Coelho Neto que, naqueles dias, empreendia viagem pelo Estado e encontrava-se em Pelotas. No mesmo jornal, já com outra direção, a 6 de janeiro de 1909, surgia a do Boitatá,  dedicada ao também escritor e advogado José Joaquim de Andrade Neves Netto. Das três lendas principais, apenas a da Salamanca do Jarau não viu a luz da publicidade em jornais da terra natal de Simões; somente apareceu com a edição definitiva em livro. Em 1910, como resultado de um laborioso trabalho de pesquisa, recolha e compilação de “poesia popular rio-grandense”, era apresentado ao público o seu Cancioneiro Guasca. E, de uma forma até certo ponto surpreendente, mas elogiável, nele inseriu algumas lendas, como a do Boitatá, a do Negrinho do Pastoreio, a do Generoso e “outros mitos do norte e centro do Brasil” (Lobisomem, Curupira, Jurupari, Caapora, Saci-pererê e Oiara). Ostentando, mais uma vez, o selo editorial dos seus amigos da Echenique & C. Editores, em 1913, era editado o livro Lendas do Sul, com o subtítulo de “populário”. Como novidades, além da inimitável versão da Salamanca do Jarau, o argumento de algumas lendas missioneiras (Mãe do Ouro, Cerros Bravos, Casa de Mbororé, Zaoris, Anguera - que é a mesma do Generoso -, Mãe Mulita e Lunar de Sepé). Acrescentou, entre aquelas que designou como sendo “argumentos de lendas do centro e norte do Brasil”, a da Mula-sem-cabeça e a referente aos Enterros. Ao escrever as lendas, não se constituindo em criações pessoais, JOÃO SIMÕES LOPES NETO como que as reconstruiu, concebendo as versões que lhe afiguraram mais adequadas. Nessa recriação, é que seu gênio literário patenteia-se com mais exuberância. Por força de uma estilização incomum e incomparável, ofereceu, para cada texto, uma feição própria, elegante e agradável. O reconhecimento do seu labor criativo ultrapassou as fronteiras do próprio país, bastando citar-se o exemplo do chamado “Projeto Gutemberg”, hoje amplamente conhecido e destinado a veicular, numa rede mundial de computadores, sem interesse lucrativo, grandes clássicos da literatura. E o livro Lendas do Sul foi a primeira obra literária, em idioma português, em 2001, a ser integralmente divulgada. Depois dele, é que foi publicada a obra “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões! (Texto de Fausto José Leitão Domingues)

Nenhum comentário:

Postar um comentário